Sunday, August 21, 2005

Inferninho

Já dançaste com o Diabo à luz do luar?
Já sentiste o bafo áspero,
O sangue quente
Em tua tez viva?
Um forte cheiro de amor,
Carne viva?
Já dançaste deitada no linho, no algodão,
No concreto, no asfalto,
No colo?
O Diabo olhando; teu
Amor me vendo.
Boca com boca.
Já, teu peito arfando?
Alguma vez, teu ventre clamando?
Teu gosto me amando?
O INFERNO: um nome, um tango.
Nós dois multiplicantes,
Num abraço rameiro,
Mais que Babel!
Teu sonho devorando o meu.
Minha mão na tua bunda,
Enlaçadas, tuas pernas;
Depois,
Meus dedos, meus lábios, minha língua
No Céu.