Tuesday, May 17, 2005

O Gato

O gato

Eu acordara aquele instante
Com olhos sonolentos, caminhei
Uma fome lascinante
“Para a cozinha irei!”

Com a mesa posta logo ali
pão francês, italiano, que o faça
leite, laranjada, queijos, nunca vi
bolos doces, obrigado sua graça.
Me sentei em frente ao prato
Degustei um belo patê
Vejo então, ao lado, um gato
Que abre a boca para dizer
“Tô cum fomi, quero cumê!”

Surpreso não dei atenção
O que digo é contraditório, acho.
Mas não o é um gato pedir ração
em português, mesmo de populacho?
“Estou dormindo” pensei
e voltei a me entreter
Então novamente escutei
“Tô cum fomi, quero cumê!”

Olhei para o gato
E mais uma vez não pude crer
ele repetiu no ato
“Tô cum fomi, quero cumê!”
“Veja bem felino, não venha me dizer...”
“Tô cum fomi quero cumê!”
“Cala-te a boca, ou faço com que....
“Tô cum fomi quero cumê!”

Após uma breve crise histérica
O gato parou por um momento
De súbito eu lhe indaguei
“Não vais falar gato nojento?”
A reposta me veio, que fazer?
“Tô cum fomi quero cumê!”

Peguei a faca e cortei o salame
Dei-lhe de comer de forma bisonha
Isto não é uma homenagem a Poe
É um plágio sem vergonha