Friday, April 01, 2005

Marrom como o céu

Marrom como o céu

Gritos ecoam pela rua,
Vozes fortes, carregadas de vermelho,
Oprimem os brancos de nossos olhos.
Falavam de hoje, os homens de marrom.
Falam de hoje, ontem.
O seu cheiro subia do solo, o seu som assustava as senhoras.
Tudo hoje de manhã.
Homens de marrom, falem para nós, falem do hoje.

Postes acizentados, concreto suspenso por linhas invisíveis,
Transmitem as notícias:
Homens de marrom gritam pelas ruas.
Marrom são as ruas,
Marrom são as mulheres,
Marrom são as vozes roucas que se levantam
Do solo marrom acizentado.

Fogo que estala nos metálicos pavilhões
Farfalha junto aos gritos nas ruas.
Levanta-se do chão. Assome aos tetos da caldeira, mostra aos homens marrons a cor do céu.

Gritos ecoam pelas ruas, vermelho é o seu tom.
Gritos de Terror são impressos nas portas do céu.
Gritos blazé, no jornal nacional. Risos escondidos na voz de mármore
Anunciam as medidas contra os gritos marrom.

Couro grosso, metal e borracha,
Água sobre o asfalto, espalham,
Plástico e ossos no pixe molhado.
Gritos ecoam na noite, lamúrios que vêm do Paraíso escondido.
O drinque vermelho foi pago.
Falavam do hoje, os homens de ontem.
Falavam de ontem no jornal de amanhã.
Falemos agora dos homens marrom:
“O planeta revoluciona todos os dias, e os homens marrom
Hoje o farão.”

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